CAPÍTULO SETE - DESCOBRINDO QUEM SOMOS REALMENTE
7.9.4 - A ALEGRIA DO SER
A infelicidade, ou negativismo, é uma doença no nosso planeta. O que a poluição é no plano exterior o negativismo é no plano interior. Ele está em toda parte, e não apenas nos lugares onde as pessoas não possuem o bastante para viver. E até se acentua onde os indivíduos têm mais do que o suficiente. Isso é uma surpresa? Não. O mundo da riqueza está identificado com a forma de um modo muito mais profundo, está mais perdido no conteúdo, mais preso ao ego.
As pessoas acreditam que dependem dos eventos para serem felizes, isto é, que são dependentes da forma. Não percebem que o que acontece é a coisa mais instável do universo. Isso muda constantemente. Para elas, o momento presente encontra-se prejudicado tanto por um fato que aconteceu e que não deveria ter acontecido quanto por algo que não ocorreu, mas que deveria ocorrer. E assim perdem a perfeição mais profunda que é inerente à vida em si, aquela que está sempre aqui, que existe a despeito do que está acontecendo ou não, que está além da forma. Portanto, aceitando o momento presente, descobrimos uma perfeição que é maior do que qualquer forma e intocada pelo tempo.
A alegria do Ser, que é a única felicidade verdadeira, não pode nos acontecer por meio de nenhum tipo de forma, bem material, realização, pessoa, fato, isto é, por intermédio de nada que ocorra. A alegria não acontece para nós - nunca. Ela emana da dimensão sem forma em nosso interior, da consciência em si, portanto é una com quem nós somos.
Eckhart Tolle, O Despertar De Uma Nova Consciência.
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